sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Parodiando Drummond

A planta foi comida pelo gafanhoto, que foi comido pelo pássaro, que foi comido pela cobra, que foi comida pelo gavião que pensava ser amigo de João.

João matou o gavião, foi picado pelas cobras, perdeu a visão dos pássaros, os gafanhotos comeram toda a sua plantação, morreu de fome e apareceram decompositores que não tinham entrado na história.
Aretuza Pereira Silva - FACE/UFG

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Parodiando Drummond

Renato empurrava o trabalho para Karina, que estava com preguiça e empurrava para Marcos, que estava ocupado, jogando paciência no computador, que repassava para Wilson, que reclamava estar na hora do “cafezinho”, que transferia a função para Laís, que estava ao telefone com o namorado.
Renato foi promovido, Karina pediu exoneração, Marcos continua jogando paciência, Wilson solicitou licença-prêmio, Laís entrou em depressão por ter sido substituída por Isadora, a única que trabalhava e nem tinha entrado na história.

Ludmilla Otaviana de Sousa e Silva - IF/UFG

Eterna inocência

Tudo começou, quando Manoel Passos de Castro, engenheiro agrônomo que graduou-se, com muita dificuldade, em 1952, tendo que deixar a capital de Goiás, cidade de sua família e buscar novos horizontes no Estado do Paraná, onde conheceu e se casou com a professora primária Adejair Souza de Castro.
Dessa união, nasceu Silnéa Victória, já em Goiânia. Primeira filha, primeira neta, primeira sobrinha. Ela era o centro das atenções de seus inexperientes tios goianos. As expectativas eram tantas que… demoraram a perceber o atraso em seu desenvolvimento mental em relação às demais crianças. Ao pronunciar suas primeiras palavras, mesmo que erradas, todos achavam muito engraçadinho, mas, com o passar do tempo e em idade escolar, a garota pronunciava café de ‘tafé’, carro de ‘tarro’ e, assim por diante. Algumas vezes, ficava irritada pelas inúmeras correções que lhe faziam. A frustração e a impaciência começaram a aparecer. Então, a família constatou, através de testes psicológicos, sua deficiência intelectual.
Os anos escolares para os colegas de Silnéa corriam normalmente; no entanto, os seus foram seguidos de reprovações e distorções idade/série. Repetiu mais de uma série, por várias vezes. Depois, os pais dela acharam que era hora de acompanhamento à parte. Nesse estágio da vida, deixava a infância (fase das descobertas) para a adolescência (fase de introspecção). Assim, contrataram professores particulares e foi necessário a mudança para uma escola com um ensino especial.
O ensino especial foi um marco em sua vida, com proposta de atividades lúdicas e diferenciadas. Ali, não só a menina, mas todos de sua família aprenderam a lidar com as limitações que ela apresentava. Diante disso, houve um grande avanço em seu desenvolvimento intelectual.
O esporte para o portador de necessidade especial, na vida dessa eterna inocência, já com 20 anos, foi uma atividade que lhe proporcionou um salto em sua independência, pois, antes dessa prática, não conseguia ir para a escola sozinha, atravessar uma rua movimentada (algo que lhe era apavorante,sem a presença de um adulto) e viajar para outra cidade. Ou seja, para qualquer lugar que a jovem ia, sempre estava acompanhada.
Hoje, com os seus 56 anos, Silnéa superou muito as nossas expectativas. Tem uma memória invejável, para decorar datas de aniversários, que até a chamamos de agenda ambulante. Sonha em fazer uma faculdade de direito ou agronomia; entretanto cursa ainda as séries iniciais da Educação de Jovens e Adulto (EJA), à noite.
Através do processo do ensino profissionalizante especial, Néia (como é chamada carinhosamente pela família e os mais íntimos) faz curso de auxiliar de cozinha pela manhã; já fez tapeçaria, relações interpessoais, informática, entre outros.
Gosta de ler, estudar, escrever, viajar, ir para a igreja, porém ainda continua na sua eterna inocência, cultivando alegria e esperança nos olhos dos adultos e no coração das crianças.

Silmara Epifânia de Castro Carvalho (Silepi) - IME/UFG

Superação

Em 2003, sentado na beira do asfalto, fiquei imaginando como aquelas pessoas conseguiam comprar carrões e andar tão bem arrumadas todos os dias. Pensava que deviam ser muito especiais, ser altamente intelectuais ou até mesmo super-heróis e que eram extremamente felizes.
Nessa época, com 25 anos, trabalhava de gari, as pessoas nem percebiam minha existência, mesmo assim, sorria para aquelas que sem querer passavam o olhar em minha direção, principalmente as moças que faziam uma cara de nojo quando eu mandava beijinho para elas.
Naquele dia, resolvi que iria ser feliz, ganharia muito dinheiro, teria uma casa linda e um carrão na garagem. Mas, por onde começar? Ir para o exterior? Estudar? Virar dançarino? Apresentador? Sem dinheiro, nada podia fazer.
Vários dias se passaram e a angústia aumentava, tinha que tomar uma decisão. Aliás, que palavra que não me largou mais: decisão... sempre ela batendo em minha porta. Mas, o dia chegou, e resolvi que iria entrar na faculdade.
Minha família me perguntava o que faria com ‘isso’, como iria pagar, que eu seria motivo de gozação, mas pensei: pelo menos seria o centro das atenções.
Foram quatro anos e a única coisa que mudou foi o trabalho, pois entrei em um estágio. No início, feliz da vida, mas, depois, percebi que eles queriam apenas reduzir os custos com funcionários e que findo o prazo estaria desempregado.
Formatura maravilhosa, aula da saudade, muita festa, porém ainda era um simples auxiliar administrativo de uma empresa que dizia ter que cortar o almoço por causa da crise. E o pior ou melhor, não sei, ainda estava por vir, recebi a indagação de uma tia: “O que fazer com esse curso? Qual a sua intenção? Você é bem remunerado?”. Tipo assim, você ganha salário mínimo depois desse esforço todo.
Mais uma vez, vesti-me de gari. Naquele momento me sentia um lixo. Será que tinha desperdiçado todos aqueles anos? E agora, o que fazer? Tentar uma vaga como trainee? Estudar Inglês? Estudar para concurso? Hum, concurso! Parece ser uma boa opção.
Entrei em um cursinho, estudava todos os dias possíveis, sábado, domingo e feriados. Já era visita na casa dos meus pais, cortei amizades, namoro nem pensar. O isolamento era inevitável, tinha que resolver minha vida.
E, finalmente, consegui: passei em um concurso, comprei um carro novinho, coloquei o melhor som para tirar toda aquela aura de fracassado. Liguei a música no máximo; enfim, a vida perfeita.
Contudo, o tempo foi passando. Meus amigos se foram e não tem tempo para mim. Não tenho nada de especial. Inteligente estou, feliz nem tanto. Super-herói jamais serei e dentro de um carrão, com uma música triste ao fundo, pensando em tudo e, ao mesmo tempo, em nada, esperando o sinaleiro abrir e tentando enxergar o que tem por vir. De repente, olhei para o lado, um gari sorrindo...

Aretuza Pereira Silva - FACE-UFG

Parodiando Drummond

Pedro ficava com Carla, que ficava com André, que ficava com Maria, que ficava com Carlos, que ficava com Antônio, que ficava com Arlete, que ficava com só com ele.
Pedro foi para o Seminário, Carla foi para a África, André tornou-se político, Maria desapareceu no meio do mar, Carlos foi assassinado, Antônio hoje é professor, Arlete tem um filho, e se casou com Joana, que nem tinha entrado na história.


Maria Aparecida de Almeida Silva – HC/UFG

Bem-aventuranças da vizinha

Bem-aventurada a vizinha que mora ao meu lado!
Bem-aventurada a vizinha que há empatia comigo!
Bem-aventurada a vizinha que compartilha sua vida comigo!
Bem-aventurada a vizinha que busca meus filhos na escola!
Bem-aventurada a vizinha que recebe a minha correspondência!
Bem-aventurada a vizinha que olha a minha casa, enquanto trabalho!
Bem-aventurada a vizinha que vai à padaria e também trás o meu pão!
Bem-aventurada a vizinha que molha as minhas plantas durante as férias!
Bem-aventurada a vizinha que espera eu chegar à noite para se recolher!
Bem-aventurada a vizinha que mantém sua área limpa para não sujar a minha!

Maria Aparecida de Almeida Silva - HC/UFG

Saudade dos meus sete anos

Que saudade de minha infância querida!
Que os anos não trazem mais
Ao invés de preparar aulas,
Apenas estudar as lições e coisas e tais
Que saudade de minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Ao invés de estudar para as incansáveis aulas de química e física
Apenas as quatro operações e nada mais
Tomar ônibus, enfrentar trânsito?
Isto não existia por lá
No máximo andar a pé, subir numa bicicleta e pedalar
Ao invés de enfrentar alunos, cuidar de equipamentos e preparar solução
Pensava apenas em ir até a padaria comprar pão
Bancas de TCCs, e monografias?
Isso também não tinha lá
Tinha apenas as aulas de datilografia
Para eu treinar e passar
Saudades de minha colega bonita
Que como diria o Lulu Santos
Também era a mais rica
E que nunca deu moral para mim
Nem mesmo para fazer política
Que saudade de minha infância querida!
Que os anos não trazem mais
Que ao invés de eu cuidar de criança
Eu era apenas mais uma a povoar um mundo cheio de esperança.

Juvan Pereira da Silva - IQ/UFG

Canção do nordestino

Meu nordeste tem cajueiros,
Onde os pássaros vivem a cantar.
As frutas que aqui tem,
Não tem como lá.

Nosso sol brilha mais,
Nossas praias são mais belas,
Nosso vento é mais intenso,
Nossas noites têm mais estrelas.

Fico a pensar à noite,
Na aurora da minha infância,
Meu nordeste tem cajueiros,
Onde os pássaros vivem a cantar.

Meu nordeste tem sabores,
Que cá não encontro lá,
Fico a pensar à noite,
Na aurora da minha infância,

Que Deus não permita eu viver,
Sem meu nordeste rever,
Sem desfrutar dos seus sabores,
Que cá não encontro lá
Onde os pássaros vivem a cantar.

Maria Aparecida de Almeida Silva - HC/UFG

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

S(C) em virtudes no semáfafo

Ontem, estive morto. Renasci esta madrugada, para matar-me novamente amanhã. Uma Fênix sem cinzas. Agora, exatamente agora, nego-me a dormir. Deixo o sono atormentar-me, até ludibriar minhas últimas resistências. Creio que a recusa em dormir esteja justificada por meu apego à noite. Como é bela a noite! Sempre preparando um novo dia, acalentando as ruas, reavivando as energias. Tudo para que, ao nascer do sol, as buzinas possam nos azucrinar. A noite quase não tem buzinas. Quando às ouço, consigo distingui-las facilmente. O dia é ensurdecedor... as buzinas são todas iguais... todas iguais.
Essa noite, já delirei com as aventuras dos embarcados no gra(n)ma, sonhei com as reviravoltas do lúmpen e duvidei dos lobos de Hobbes. Hoje, minha única esperança é achar a resposta em que não exista mais nenhuma esperança. Seria a confirmação de meus tormentos e minha certeza final em forma de dúvida. Em meu último cochilo, consegui compreender o cavalo Senador de Calígula, a inquietude de Sócrates e a contradição de Napoleão. Não sei se devo contar-lhes sobre essas coisas. Apaziguar a fúria da juventude é ser impiedoso com os que sonham. Não lhes jogarei água fria enquanto dormem, mas deixarei que acordem tarde e saiam sem lavar os rostos. Amanhã, terei um pouco mais de minha escravidão remunerada. Despertador, pão, café, ponto, ordem, desordem, ordem. Em verdade, não posso queixar-me do salário. Não que seja considerável. Não me resta tempo para que o gaste. Em nada adiantaria fosse muito. Ao anoitecer, mais uma daquelas aulas chatas que assisto há uns 20 anos consecutivos. Eles ensinam que todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros. Ensinam que devo-me acochambrar nas tetas do Estado e constituir uma família feliz, de preferência com uma loira de belos dentes. Ensinam o culto à vaidade. Alienados... creio já ter passado da idade. Vou-me embora e retomo contato com a noite. Acho que ficarei um pouco mais acordado, imaginando algo para acreditar.
Logo à minha frente vejo o semáforo de minha rua. Aparentemente ele é perfeito, exato, impessoal e democrático. Eu acredito no semáforo. Também acredito no elevador. Pensando bem, creio apenas no elevador, pois o semáforo é um pouco mentiroso... Ele inventa uma tal de luz laranja que não significa pare ou avance. Foge à lógica medial da virtude aristotélica. Caso minha afirmação fosse anátema, deveríamos aguardar sempre o sinal laranja para iniciar a travessia. Talvez seja apenas meu desânimo com o verde, ou minha frustração com o vermelho. Prefiro o preto, o lado escuro da lua. Na verdade, não existe lado escuro da lua. A lua é toda escura.
No meu prédio – que não é meu – admiro a imponência de 22 andares. Aperto o 11, que é o meu andar. Todas as noites, ao chegar em casa, obtenho a mesma conclusão. O elevador me conduz a um meio termo objetivo. Eu acredito no elevador!
Tiago Felipe de Oliveira - INF/UFG

A saga de uma macarronada

Tudo aconteceu quando entrei naquele ônibus, depois de um dia inteiro de trabalho. Já não estava tão bem, como no início do dia. No almoço, havia me deliciado com uma bela macarronada, mas exagerei um pouco no molho. Parecia que tinha criado vida no meu estômago. Ao subir, procurei, desesperadamente, um banco para descansar. Encontrei um disponível, somente na parte destinada a gestantes, idosos e deficientes. Por ironia do destino, o motorista era novato e corria um pouco mais que uma tartaruga. Comecei a suar mais que tampa de chaleira. Uma ânsia terrível. Sonhava com minha cama e um sonrisal. Para piorar, na parada seguinte, subiu uma senhora idosa, de bengala e veio para o meu rumo. Nossa! Torci tanto que alguém desse seu assento. Ninguém se manisfetou. E, como estava em seu território, tive que levantar, quase chorando. De repente, o motorista parece que olhou no relógio e começou a correr, feito um cavalo em disparada. O meu estômago já não aguentava mais. Eu, suando, quase desmaiando, e para completar a senhora usava um perfume fortíssimo, daqueles originais que se compra na feira hippie, misturado com sei lá, leite de rosas. Nossa, insuportável! Na parada seguinte, sobiu uma pessoa um tanto que familiar. Era tudo o que eu não queria: encontrar um conhecido. Era Fatinha, ex-colega de faculdade. Conversar era sua arte, falava mais que o homem da cobra. “Oi! Lembra de mim”, disse. Quase que não consegui responder. “E ai”, começou a conversar. Estava em outro mundo. Ela não parava. Meu Deus! Tentei falar que estava passando mal, porém não se importou e continuou a delongar. O ônibus já estava lotado. Calor. Barulho. Mau cheiro. Não deu outra. Como um vulcão em erupção e com os olhos marejados pelo suor, vi aquele meu almoço se espalhar por todo lado, até chegar ao motorista, que logo parou em meu ponto. Fatinha, horrorizada, inerte, assistiu tudo de camarote. Só assim ela se calou.
Vicente Daniel de Sousa Neto - IME/UFG

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Meus nove anos

Que saudade...
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que paz, que tranquilidade!
Brincadeiras na pracinha
Sem pressa de crescer, sem maldade!

Na escola, a disciplina
Era exigida pelas freiras
Oração antes do lanche
E o hino toda segunda-feira!

A biblioteca que encanto!
Tapete felpudo e almofadas
Estrelinhas penduradas no teto
Poesias, histórias, enciclopédias e contos!

Na rua, nada de carros e motos
Pique-esconde e pega-pega
Nas ladeiras e coretos
Entre laranjinhas, algodão-doce e pirulito!

Que saudade...
Da minha infância querida
Quando a inocência não era confundida
A responsabilidade não era exigida
E bolo de chocolate, felicidade!


Ludmilla Otaviana - IF/UFG

Bem-aventuranças do ser humano

Bem-aventurado o ser humano que erra!
Bem-aventurado o ser humano que pratica o perdão!
Bem-aventurado o ser humano que repudia a violência!
Bem-aventurado o ser humano que valoriza a amizade!
Bem-aventurado o ser humano que respeita a natureza!
Bem-aventurado o ser humano que admira a humildade!
Bem-aventurado o ser humano que compartilha o conhecimento!
Bem-aventurado o ser humano que se compadece com o sofrimento alheio!
Bem-aventurado o ser humano que ama a liberdade de ser humano!


Ludmilla Otaviana - IF/UFG

Bem-aventuranças do administrador

Bem-aventurado o administrador que se planeja!
Bem-aventurado o administrador que honra os seus valores!
Bem-aventurado o administrador que desenvolve as pessoas!
Bem-aventurado o administrador que organiza o seu trabalho!
Bem-aventurado o administrador que respeita o colega de trabalho!
Bem-aventurado o administrador que concretiza os prazos acordados!
Bem-aventurado o administrador que direciona os seus colaboradores!
Bem-aventurado o administrador que sabe gerenciar os conflitos da empresa!
Bem-aventurado o administrador que põe em prática a teoria que aprendeu na faculdade!
Bem-aventurado o administrador que gerencia a própria vida, lembrando-se da família e de Deus a todo o momento!


Aretuza Pereira Silva – FACE/UFG

sábado, 19 de setembro de 2009

A FRAGILIDADE DA CONDIÇÃO HUMANA

Após uma terrível agonia, o rapaz caiu imóvel no asfalto. Presenciei um pouco da cena, que me fez estremecer e ficar o resto do dia pensando na possibilidade de evitar tantos acidentes e de banir com a impunidade no trânsito. Uma maneira de neutralizar a angústia dessa situação é tentar relatar o ocorrido, que, por sinal, há pouco a relatar.
No momento do acontecimento, eu estava dentro de um coletivo indo para a aula de Produção de Texto da Especialização, na UFG, sentada ao lado de um ex-aluno. Comentava sobre uma de suas redações – violência. De repente, o aluno me mostra o acidente e eu inesperadamente olhei atônita aquela figura humana inanimada, sem força, sem vida. O pano branco destacava no centro da multidão. De um lado, o outdoor: “Coloque mais emoção em sua vida”. Do outro lado, os estilhaços da moto. No meio de tudo isso, as interrogações: “quem é?”, “o que aconteceu?”, “como foi?”. Tantas perguntas para poucas respostas.
É preciso que coloquemos mais emoção em nossas vidas sim, porém uma emoção com disciplina no trânsito, educação, mais amor, respeito e dignidade pela vida humana.
O ônibus prosseguiu o seu itinerário e eu comecei a refletir que esses desatinos aumentam, a cada dia, no nosso país, gerando, assim, um outro tipo de violência. Os motoristas transgridem as leis de trânsito; os dirigentes violam a lei da punição; a justiça é morosa e a sociedade, em geral, não tem consciência sobre o que é paz no trânsito, pois muitas pessoas levam a vida como uma aventura disparatada, esquecendo de praticar uma das virtudes mais relevantes do ser humano: ética (princípio básico em defesa da cidadania).
Quando, aparentemente, não havia mais motivos para pensar no acidente, veio em minha mente a lembrança de uma frase lida em uma das obras de Moacyr Scliar: “É importante ter piedade, a piedade dá sentido a nossa existência”. Foi preciso ver esse fato para que eu aprendesse essa coisa que nem sempre é ensinada pela família/escola. Com isso, constatei o descaso, o desmando em nossa sociedade atual, e também percebi como é frágil a nossa condição humana.
Profª Me. Ana Cleide Sales

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Bem-Aventuranças do cidadão

Bem-aventurado o cidadão que tem consciência do próprio papel!
Bem-aventurado o cidadão que respeita o seu semelhante!
Bem-aventurado o cidadão que vive pelo bem coletivo!
Bem-aventurado o cidadão que não esquece a história de seu povo!
Bem-aventurado o cidadão que não se conforma com a desigualdade e a injustiça!
Bem-aventurado o cidadão que se organiza pela luta de seus direitos!
Bem-aventurado o cidadão que respeita todo tipo de vida!
Bem-aventurado o cidadão que sabe o que é alteridade!
Bem-aventurado o cidadão que vive pela construção de um mundo melhor!


Bruna Junqueira Ribeiro – FAV/UFG

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Bem-Aventuranças do Químico II

Bem-aventurado o químico que controla as reações químicas e produz soluções!
Bem-aventurado o químico que participa de pesquisas, das descobertas de novos fármacos, medicamentos e vacinas!
Bem-aventurado o químico que descobre novos materiais para o bem da humanidade!
Bem-aventurado o químico que trabalha com novas tecnologias (nano materiais, por exemplo)!
Bem-aventurado o químico que trabalha na preservação do meio ambiente!
Bem-aventurado o químico que descobre novos produtos sintéticos, permitindo, assim, a conservação das espécies naturais!
Bem-aventurado o químico que trabalha na qualidade do ar e da água!
Bem-aventurado o químico que usa os seus conhecimentos a favor da vida!
Bem-aventurado o químico que combate a falta de ética na profissão!
Bem-aventurado o químico que não produz medicamentos falsos!
Bem-aventurado o químico que não dar origem a novos tipos de bebidas alcoólicas, não refina drogas e nem produz armas químicas!

Juvan Pereira da Silva-IQ/UFG

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CARTA III

Goiânia, 1° de julho de 1009.


Magnífico Reitor Professor Doutor Edward Madureira Brasil,


A Universidade mais uma vez está em festa, pela grande vitória que Vossa Magnificência obteve na consulta que foi feita à comunidade universitária, no último dia 24/06/09.
Eu, na qualidade de servidora desta brilhante instituição de ensino, que é a Universidade Federal de Goiás, lotada no Instituto de Matemática e Estatística e exercendo o cargo de Técnico em Assuntos Educacionais, não poderia deixar de manifestar a minha enorme satisfação pela reeleição de V. Magnificência.
Esta vitória a meu ver, é resultado do compromisso e seriedade de vosso desempenho à frente desta universidade.
Diante do exposto, parabenizo, mais uma vez, e desejo sucesso a Vossa Magnificência.
Respeitosamente,


Silmara Epifânia de Castro Carvalho
Instituto de Matemática e Estatística/UFG

CARTA II

Goiânia, 14 de julho de 2009.



Magnífico Reitor Professor Dr. Edward Madureira Brasil,


Venho, através desta, parabenizar V. Mag.ª pela reeleição à reitoria, e espero que tenha um excelente mandato, trabalhando em prol dos interesses da comunidade acadêmica.
A árdua campanha não foi em vão, a qual culminou com o objetivo central, a reeleição, realizada no último pleito eleitoral, de 24 de junho de 2009. Isso mostra vossa grande competência e a confiança que a comunidade acadêmica tem em V. Mag.ª, manifestada através do voto.
A Universidade Federal de Goiás - UFG tem uma grande estrutura e um bom ambiente de trabalho onde todos são ouvidos; mas, ainda pode ser melhorado, como por exemplo, o apoio da reitoria junto ao Ministério da Educação – MEC relacionado com nosso plano de cargos e salários.
Sei que V. Mag.ª não tem como alterar nada do plano; porém, tem contato e força política junto ao MEC. Então, seria importante que, juntamente com outros reitores de Instituições de Ensino Superior - IFES, se assim achar justo, apoiar nossa categoria, trazendo, desse modo, maior incentivo e bem-estar aos profissionais que aqui trabalham.
Espero que todos os compromissos sejam cumpridos, pois acredito que serão, sobretudo, na questão referente a nossa categoria.
Portanto, novamente aponto meus sinceros cumprimentos por essa merecida reeleição, e desejo a V. Mag.ª uma administração brilhante em todos os setores de atuação da UFG.


Respeitosamente,


Sandro Alves Nogueira
Assistente de Laboratório do IQ/UFG

CARTA I

Goiânia, 06 de julho de 2009.


Magnífico Reitor da Universidade Federal de Goiás - UFG
Professor Doutor Edward Madureira Brasil


É com grande alegria que parabenizo Vossa Magnificência pelo resultado da última eleição realizada na Universidade Federal de Goiás, que o consagrou novamente reitor desta instituição, garantindo, para os próximos quatro anos, novos ganhos para a Universidade, bem como para o Estado de Goiás.
Enquanto aluna da Faculdade de Direito, tive a oportunidade de apoiá-lo em vossa primeira candidatura, mobilizando o corpo discente para que se posicionasse a favor de vossas propostas inovadoras, democráticas, que dariam a esta Universidade transparência e eficiência.
Testemunhei, ao longo de minha graduação, o desenvolvimento da UFG. Novos prédios, novos cursos, novos professores. Houve, verdadeiramente, a melhora do ensino público superior em Goiás.
Tenho a certeza de que Vossa Magnificência, com o apoio dos pró-reitores, diretores, servidores e professores, deste centro de ensino, continuará a escrever a história da UFG, uma história de desenvolvimento e produção de conhecimento a favor da vida.

Respeitosamente,

Bruna Junqueira Ribeiro
Assistente em Administração da Faculdade de Artes Visuais da UFG

domingo, 13 de setembro de 2009

PARODIANDO DRUMMOND IV

A vaca reclamava para o porco, que reclamava para a galinha, que reclamava para o cavalo, que reclamava para o pato, que reclamava para o cachorro, que não reclamava para ninguém.
A vaca virou churrasco, o porco feijoada, a galinha sopa, o cavalo foi puxar carroça, o pato morreu assado, o cachorro matou o gato, que não tinha entrando na história.
Danielle Simiema Araújo-PRODIRH/UFG

domingo, 6 de setembro de 2009

Bem-Aventuranças do Professor

Bem-aventurado o professor que tem como meta educar!
Bem-aventurado o professor que ensina por vocação e prazer!
Bem-aventurado o professor que faz perguntas e busca respostas!
Bem-aventurado o professor que põe em prática a teoria que ensina!
Bem-aventurado o professor que luta por uma educação de qualidade!
Bem-aventurado o professor que se considera um “pastor de projetos”!
Bem-aventurado o professor que “transfere o que sabe e aprende o que ensina”!
Bem-aventurado o professor que trabalha com seriedade, humildade e tolerância!
Bem-aventurado o professor que vê a educação como forma de intervenção no mundo!
Bem-aventurado o professor que sabe aonde quer levar seus alunos e se prepara para isso!
Bem-aventurado o professor que tem Cristo – mestre dos mestres – para tirar suas dúvidas!
Profª Me. Ana Cleide Sales

Bem-Aventuranças do Servidor Público

Bem-aventurado o servidor que não chega atrasado ao trabalho, todos os dias!
Bem-aventurado o servidor que não gosta de fofoca no trabalho!
Bem-aventurado o servidor que não 'amarra' informação!
Bem-aventurado o servidor que não faz intrigas no ambiente do trabalho!
Bem-aventurado o servidor que procura atender bem e com qualidade!
Bem-aventurado o servidor 'que não fala pelas costas'!
Bem-aventurado o servidor que faz o seu serviço e procura ajudar o seu colega!
Bem-aventurado o servidor que não usa o seu colega como 'escouro'!
Bem-aventurado o servidor que realmente se considera servidor público!

Vicente Daniel de Sousa Neto-IME/UFG

Bem-Aventuranças do Indivíduo

Bem-aventurado o indivíduo que conhece a si mesmo!
Bem-aventurado o indivíduo que compreende teu próximo!
Bem-aventurado o indivíduo que respeita o universo e a existência!
Bem-aventurado o indivíduo que guarda a solidariedade e projeta o bem!
Bem-aventurado o indivíduo que é ciente de sua insignificância e, a parte disso, carrega em si todos os sonhos do mundo!
Bem-aventurado o indivíduo que constrói seu tempo e espaço, transcendendo limites físicos e eternizando o ser!
Bem-aventurado o indivíduo que crê. Um artigo de fé jamais poderá ser provado!
Tiago F. Oliveira-INF/UFG

Bem-Aventuranças do Aluno

Bem-aventurado o aluno que tem sede de aprender!
Bem-aventurado o aluno que pratica o que aprende!
Bem-aventurado o aluno que serve de exemplo para os outros!
Bem-aventurado o aluno que pensa no estudo como algo prazeroso!
Bem-aventurado o aluno que não tem o hábito de colar!
Bem-aventurado o aluno que tem o hábito de pesquisar!
Bem-aventurado o aluno que sabe o momento de ouvir!
Bem-aventurado o aluno que sabe o momento de falar!
Bem-aventurado o aluno que põe em prática aquilo que aprende!
Bem-aventurado o aluno que valoriza o presente, visando o futuro!

Silmara Epifânia de Castro Carvalho-IME/UFG

Bem-Aventuranças do Químico

Bem-aventurado o químico que realiza suas atividades com ética!
Bem-aventurado o químico que é firme no propósito do bem comum!
Bem-aventurado o químico que faz pesquisa com responsabilidade sobre a vida humana!
Bem-aventurado o químico que sintetiza substâncias, desenvolvendo a tecnologia!
Bem-aventurado o químico que trabalha em frente da bancada e preserva o meio ambiente!
Bem-aventurado o químico que não tem medo da verdade, pois Deus estará com ele!
Bem-aventurado o químico que é a nata do saber científico, mas não esquecendo de que Jesus Cristo é o mestre dos mestres químicos!


Me. Sandro Alves Nogueira-IQ/UFG

Bem-Aventuranças da Secretária Executiva Bilíngue

Bem-aventurada a secretária executiva que domina as ferramentas do computador!
Bem-aventurada a secretária executiva que redige bem!
Bem-aventurada a secretária que fala, escreve e entende bem o inglês, espanhol, francês e italiano!
Bem-aventurada a secretária executiva que tem boa memória!
Bem-aventurada a secretária executiva que age com ética, dinamismo e discrição!
Bem-aventurada a secretária executiva que assimilou bem as aulas de psicologia na época da faculdade, pois vai precisar!
Bem-aventurada a secretária executiva que tem um “caminhão de paciência”!
Bem-aventurada a secretária executiva que inspira confiança!
Bem-aventurada a secretária executiva que faz seu trabalho com amor e um belo sorriso no rosto, porque, na maioria das vezes, ela é a primeira impressão que as pessoas levarão da empresa!


Danielle Simiema Araújo-PRODIRH/UFG

PARODIANDO DRUMMOND III

Palocci era amigo de Delúbio, que era amigo de Valério, que era amigo de Dirceu, que era amigo de Lula, que era amigo da ... Palocci caiu, Delúbio fugiu, Valério sorriu, Dirceu nunca se redimiu e Lula nem sabia da história.
Gisele Petrillo – DAA/UFG

PARODIANDO DRUMMOND II

Silmara reclama de Maxwell, que reclama de Michell, que reclama de Gabriell, que reclama de Silnéa, que reclama de todo mundo.

Silmara, que preserva o meio ambiente, parou de reclamar, porque Maxwell, seu marido, começou a reciclar. Maxwell parou de reclamar, porque Michell, seu filho, parou de navegar. Michell parou de reclamar, porque Gabriell, seu irmão, ao invés de brincar, pensa em estudar. Gabriell parou de reclamar, porque Silnéa, sua tia, resolveu namorar com Nilton, que agora entra para a história da nossa família.

Silmara Epifânia de Castro Carvalho – IME/UFG

PARODIANDO DRUMMOND I

Richard espirrou, no avião, em Maria, que espirrou no ônibus onde estava Pedro, que acabou espirrando em João que passava na rua, que espirrou em Joana, sua mulher, que estava grávida, e que espirrou em Luizinho, o menino que vigiava seu carro, que não conseguiu espirrar em mais ninguém.

Richard foi para Miami. Maria foi para Goiânia. Pedro foi para “A Fazenda”. João foi para Brasília, Joana foi para casa descansar, e Luizinho, que não tinha resistência alguma, foi para o HDT, com sintomas da gripe suína.
Vicente Daniel de Sousa Neto-IME/UFG

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Meus quinze anos

Que saudade...
Dos meus quinze anos,
Que os anos não trazem mais!
Que disposição, que animação
Naqueles dias festivos
Na companhia dos amigos,
E animados carnavais!

Como eram belos os dias!
Que se iniciavam na escola
No recreio, jogava bola
Ao final da aula, aquela agonia
Para chegar em casa ao meio-dia
E comer do almoço que mamãe fazia.

Aos fins de semana:
Cinema, shopping e matinês
Nada de boate noturna,
Pois aos olhos de alguns, éramos pueris
Pueris que nada, pensava eu
Já tinha alguma responsabilidade
Não tinha como fugir, com o avançar da idade.

Estudava inglês segunda e quarta,
Aula de segunda a sábado
De vez em quando, provas aos domingos
Tudo isso eu fazia de bom agrado
Sabia que se me esforçasse um bocado
A recompensa viria...
Em julho, férias na Bahia.

Que saudade...
Dos meus quinze anos
Transformação de menina para mulher
Alguém que começa saber o que quer
Mas não deixa os sonhos de lado
E por mais que sejam difíceis
Devem ser realizados.

Danielle Simiema Araújo – PRODIRH/UFG

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Meus dez anos

Que saudade...
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
Que paixão, que flores,
Naquelas manhãs alegres
À sombra das mangueiras,
Debaixo dos milharais!

As tardes eram agitadas
As noites, sossegadas
Como a alma era inocente!
O rio: lagoa tranquila
O céu: algodão azulado
O mundo: fantasiado
A vida: chocolate quente!

Que escola, que ensino
Naquela cidade interiorana
Uma aluna chamada Ana
Que período de instrução!
O colégio todo murado,
O aluno: disciplinado
A professora: que gratidão!

Que fase, que lua
Queria correr pela rua,
Brincava no pátio da escola!
Em vez de preocupações
Recebia carinho da mãe
Ganhava sorvete do pai
E da avó, coca-cola!

Que saudade...
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Fazia de tudo um pouquinho
Brincava de amarelinha
Pulava de cordinha
Debaixo dos mangueirais!

Profª Me. Ana Cleide Sales. Julho/2009.

Meus corridos anos

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!

Como são corridos os dias
O céu já escureceu
Mal começou a noite
e a vida amanheceu!

Naqueles tempos ditosos
(...)
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Providenciar, ligar
Contabilizar, pagar
De repente a música lembra:
Hora de trabalhar!

Gisele Petrillo DAA/UFG

domingo, 23 de agosto de 2009

Meus 9 anos

Ai que saudades que eu tenho
Daquela inocência querida
Que os anos não trazem mais
Perdia, ganhava, empatava
Parava debaixo dos mangueirais

Que dias tão belos e
Serenos, com meus pais
Ali correndo
Para um futuro belo me dar

Sonhos lindos, coloridos
A brincar e a pular
Debaixo da cama me escondia
Para a escola eu faltar

Diferente desses tempos
Que correndo contra o vento
Laborando em detrimento
De uma saúde a zelar
Brincava de morto-vivo
Agora vivo eu morto

Ai que saudades que eu tenho
Daquela inocência querida
Que os anos não trazem mais
Pular corda, passar bola
Amarelinha, bandeirinha
As tristezas ficavam para trás.

Aretuza P. Silva- FACE/UFG

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Meus quatro anos

Ah! que saudades de outrora...
Do alpendre de minha casa
me lembro como se fosse agora,
do pautear com meus pais
dos quatro, cinco, seis anos,
não me esqueço jamais!
Ali minha família reunia
sem pressa e sem agonia,
pra contar os casos do dia-a-dia.
Bons tempos que vou sempre lembrar
que vivia em um 'lar doce lar'.
Entoávamos canções
que aprendíamos no pré-escolar,
uma delas dizia:
"três palavrinhas só,
eu aprendi de cor..."
Naquelas tardes, meus pais
sempre nos ouvia
com paciência de jó,
e com muita educação
pra não nos desapontar,
propunha jogos de lógica,
a "palavra oculta" brincar.
Assim, as cançoes desafinadas
iam ficando pra lá.
Hoje, mesmo na correria,
minha família
faz essa terapia.
Pois também quero
ouvir de meus filhos,
o que acabei de relatar
Ah! que saudades de outrora...

Silmara Epifânia de Castro Carvalho – IME/UFG

domingo, 16 de agosto de 2009

Meus vinte anos

Oh! Que saudades que tenho!
da minha infância querida,
do tempo da ingenuidade e incerteza,
de não saber como funcionava a vida,
de ser guiada pelas mãos de meu pai,
e a qualquer tempo,
no colo de minha mãe, ser acolhida.

Como são belos os dias!
das grandes descobertas de nossa história;
andar de bicicleta, perder o primeiro dente,
ler, escrever, ir me tornando gente;
inglês, natação, coral, violino,
compromisso, disciplina,
quantas coisas para uma menina!

E a vida passa rapidamente
diante dos olhos da gente,
trabalho, rotina, compromissos e problemas
decisões para tomar, novos dilemas
é preciso enfrentar sozinha essa fase adulta da vida,
podendo contar, às vezes,
com o apoio de pessoas queridas.

Os desafios sempre existirão
conforme o movimento da vida;
vinte anos se passaram,
outros vinte ainda virão
e à custa de alegria e dor,
derrotas e conquistas,
vamos aprendendo a viver por amor.


Bruna Junqueira Ribeiro
Assistente em Administração da Faculdade de Artes Visuais/UFG

Outra canção do exílio

Minha terra tem canaviais,
Onde assovia o ar;
Nenhum doce por aqui feito,
Se assemelha à rapadura de lá.

Nossos campos têm mais gado,
Nossa mesa tem mais leite;
Nossos filhos têm mais vida,
Nossa vida mais deleites.

Minha terra tem alambiques,
Que jamais encontro cá;
Nossas rodas na fogueira,
Têm viola e luar.

Não permita a mãe terra,
Que acabe meu cerrado;
Que perdurem os primores,
Cajus, mangabas e licores,
Onde cantam os cocás.

Tiago F. Oliveira IME/UFG

SAUDADES, TER OU NÃO TER

Ah! que saudades que tenho!
Da corrida no sereno,
Da torta de maçã,
Da voz da minha avó,
Menino, saia da rua!
Se não vou te dar uma surra.

Quando a chuva caia,
Ficávamos todo o dia,
Na rua a molhar.
Mas ao chegar em casa,
A 'peia' nos esperava,
E o couro a inchar.

Como eram belos os dias!
O anoitecer trazia um belo luar.
Na rua, crianças brincando,
A praça inteira movimentando,
Os casais namorando,
E os sonhos a vagar.

Ao acordar, lembro-me das travessuras,
Mas sete horas é vida dura,
É quando penso em voltar.
Voltar ao passado,
Quando não pensava em pagar,
As contas que não param de chegar.

Vicente Daniel de Sousa Neto - IME/UFG

Tarde de descanso

Numa tarde muito ensolarada, estava na rede da varanda da velha casa do sítio do meu avô, passando uns dias para aproveitar as férias e descansar do tumulto da cidade. Foi logo, após o almoço, quando todos saíram e fiquei lá, observando a natureza.

Vendo toda a generosidade que Deus nos presenteou, com aquela paisagem espetacular, veio a ideia de pegar meu material de pintura e me distrair com as tintas. Mas o que pintar? Foi a pergunta que me sondou, por alguns minutos. Decidi, então, fazer um autorretrato.

Preparei todo o material e parece que tudo travou. Nada consegui pintar. Fiquei alguns instantes a pensar, e decidi sair um pouco, para ver se a inspiração viria. Coloquei o boné e caminhei entre as árvores que cercavam a casa. Logo, abaixo das laranjeiras, avistei uma colmeia que há muitos anos vovô cultiva, para retirar o mel para seu consumo.

Namorei as árvores frutíferas que lá existem e vi a floração das jabuticabeiras. Aquilo me alegrou muito, pois é uma das minhas frutas favoritas. Alegria que não durou muito, porque vi um pássaro morto em estado de decomposição, que me causou enjoo.

Resolvi voltar para casa, pois estava ficando cansada de andar dentro da matinha e, com certo medo, também. Já, chegando em casa, ouvi um barulho das araras que alçaram voo das velhas guarirobas. Voltei para a rede.
Maria Aparecida de Almeida Silva - HC/UFG

Obama se prepara para grandes voos

O discurso, no Cairo, do recém-eleito presidente norte-americano, Barak Obama, provocou grandes repercussões no mundo todo. Com algumas indicações de que a tendência anti-islâmica e antixiita do governo estadunidense se esvazia e pelas palavras de Obama, veem-se, a princípio, bons ares para que se iniciem possíveis entendimentos e se apaziguem conflitos históricos na região.

Líderes pró-ocidentais superempolgados com o pronunciamento no encontro intergovernamental aplaudiram a atitude heroica do líder norte-americano. Por outro lado, lideres pró-orientais, mais contidos, creem que não serão as palavras auto-suficientes para extinguir da realidade mundial os sentimentos antirreligiosos, sejam anticristãos, sejam antimuçulmanos.

Portanto, palavras conduzem às ideias e às percepções, e a sociedade internacional continua a sonhar com o mundo mais tranquilo.

Gisele Petrillo - DAA/UFG

domingo, 2 de agosto de 2009

Pescado com pera


Como havia recebido algumas criticas negativas em relação às comidas que preparava em forno de micro-ondas, comecei a ficar com minha autoestima baixa. Visando solucionar este problema, tive uma ideia. Resolvi fazer um outro prato: pescado com pera.

Fui, imediatamente, ao supermercado comprar os ingredientes. Chegando lá, tive uma surpresa indesejável: tudo tinha aumentado de preço. O que era para custar menos, passou a ser mais e, consequentemente, não sobrou dinheiro, pois só tinha cinquenta reais, no bolso.

Apesar da inflação, fiz as compras. Logo, voltei para casa, e preparei o prato tão esperado. Todos gostaram e comeram à vontade. Então, fiquei bem comigo mesmo.

Sandro Alves Nogueira – IQ/UFG

Carteira de Habilitação com ética

Certa vez, Cida estava voltando para casa, depois de um exaustivo dia de trabalho. Ela havia comprado um carro semanas antes, porém ainda estava tirando a Carteira de Habilitação em uma autoescola da cidade, por isso, estava utilizando micro-ônibus para trabalhar.

No caminho, ela encontrou sua amiga Lila e contou as novidades. Durante a conversa, Lila disse que conhecia um rapaz que vendia CNH por dois mil e cinquenta reais. No primeiro momento, Cida achou a ideia maravilhosa, pois seria mais rápido pegar a carteira, contudo lembrou que isso era crime e disse para sua amiga: “Pare com isso, eu não quero ser uma presidiária, vou obter minha habilitação com meu próprio esforço. Além do mais, isso é antiético”.

Neste momento, fez-se um silêncio constrangedor. Para quebrar aquele clima, Lila concordou com a opinião de Cida e ofereceu-lhe uma pera. Cida, que tinha ficado nervosa, sorriu, pediu desculpas e aceitou. Para se redimir, convidou Lila para jantar e, depois desse dia, a amizade delas se fortaleceu, cada vez mais.

Aretuza P. Silva
– Assistente em Administração/UFG

domingo, 26 de julho de 2009

Quem tem amigos, tem tudo

Laura era uma bela moça. Tinha alguns bons amigos. Ela fazia a segunda série do Ensino Médio. Era uma boa aluna que, apesar da pouca participação na aula, em virtude de sua timidez, tirava excelentes notas. Seus colegas de classe sempre a procuravam para pedir ideias e sugestões para os trabalhos escolares.
Um certo dia, Laura confessou à Rosa, uma de suas melhores amigas, que se sentia triste, pois já estava com dezesseis anos e nenhum garoto havia demonstrado algum sentimento ou interesse para com ela, até então. A tristeza era tamanha que Laura chegou a perguntar se havia algo de errado com ela. Rosa lhe explicou que talvez o momento certo não tivesse chegado e, sendo assim, ela não deveria deixar que este fato prejudicasse sua autoestima. Laura concordou com Rosa.
Depois desta longa conversa, ambas decidiram ir à lanchonete. Elas foram caminhando pela autoestrada para chegarem mais depressa, pois estavam famintas. No meio do percurso, Rosa lembrou-se que havia duas peras em sua mochila. As garotas comeram as frutas para amenizar a fome.
Ao chegar à lanchonete, Rosa pediu pão com linguiça, e Laura um sanduíche de mortadela. Elas deram cinquenta reais para pagar a conta e o garçom lhes devolveu o troco. Elas sentaram-se à mesa, junto com outros amigos da escola. Comiam, conversavam, gargalhavam. E Laura nem se lembrava da tristeza que havia sentido por ainda não ter encontrado o amor. Não tinha o namorado, mas possuía outros bens extremamente preciosos, os amigos.
Danielle Simiema Araujo










E agora, José Karlos!

A velha passou e a nova reforma chegou!
E agora, José Karlos!
Pare um pouco para me escutar!
Nem consegui a velha ortografia memorizar ,
e já tenho a nova pra me familiarizar!
Nessa correria que estou,
saber o que fica ou o que deixa de ficar,
é de amargar!
Ah, tenho uma ideia
vou precisar fazer uma assembleia
com meus colegas de trabalho
que estão hiper-resistentes com tudo isto,
para poder o que eu aprender, repassar.
Eles estão brigando à toa,
não há quem apazigue esse bafafá,
é preciso que cada um averigue com cuidado
onde vai ter que acentuar,
e assim eu não precisar me preocupar,
pois eu não quero ver a Profª Ana Cleide se descabelar,
com os erros que vou mostrar,
caso eles continuem a me chatear.
É, José Karlos,
a velha passou e a nova reforma chegou!
Bom pra você
que não precisa mais explicar
o porquê do seu K ao invés do C,
já que agora, temos mais três letras no alfabeto para soletrar.

Silmara Epifânia de Castro Carvalho – IME/UFG

Domingo de manhã

Frio em Goiânia, uma raridade. Domingo pela manhã, cobertor quentinho, a corrida de fórmula um está para começar. De repente, como em um passe de mágica, aquela senhora com quem me casei há vinte anos se levanta parecendo o Batman, toda de preto, dá um salto mortal feito o bruce lee e me tira da cama para fazer compras. Ah! Se soubesse disso em mil novecentos e oitenta e nove. Levantei furioso. E, como lá em casa sempre tenho a última palavra, respondi brutalmente feito o maior primata da terra: Já vou meu bem! Peguei aquela calça de sábado que quase dormi com ela e fui com a dona encrenca.
Na lista de compras tinha entre outras coisas: linguiça, arroz, feijão, muito bacon (para o incrível hulk que estava verde de fome ao meu lado, e olhando se alguma gatinha me dava moral), chuchu (para dieta, até parece), carne bovina de toda qualidade, suína, frango. Nossa! Desse jeito ela vai me quebrar. O hipermercado estava cheio, todos os maridos presentes, namorados, noivos, pareciam “zumbis”. Passei pelo extrato de tomate e pensei: Será que o Massa largou bem? Mais na frente, esbarrei em uma velhinha que estava parando todo o trânsito, não sei por qual motivo, lembrei do Barrichelo.
Estava em paranoia. Quando ela me pediu para entrar na fila do pão, quase tive um ataque. A fila estava imensa. Meu Deus! Me deram senha, contrassenha. Já estava a um passo da loucura, enquanto a bonita comprava antirrugas, como se fosse adiantar alguma coisa! Ao chegar em casa, a corrida já tinha terminado, só estava o Galvão Bueno exaltando o Janson Button. Sentei no sofá, muito furioso, quando ela gritou lá da cozinha que a ultrassonografia de nossa filha havida dado positivo. Pelo menos uma boa notícia.
Vicente Daniel de Sousa Neto

Antiarrumação

Repentinamente, teve uma grande ideia
Era brilhante, porém, dotado de frequente rebeldia
Clamei que lhe trouxessem a mãe
Somente a genitora poderia aplacar-lhe a fúria
Pobre engano
Tomado de súbita inquietação, colocou em prática o imaginado
Atirou tudo que lhe vinha à frente, partiu em pedaços
Rasgou folhas e triturou bolbos ao voo das mãos
O resultado da ira nos foi dificilmente assimilado
Era maravilhoso. O caos criador
A mãe, coautora do fato, teve que admitir:
Era a melhor salada já preparada no célebre restaurante
Foi aquele o início de um superchef

Tiago Felipe de Oliveira
Servidor Técnico-Administrativo em Educação na UFG.

O modo como as pessoas veem a realidade

Pouco a pouco aprendemos que nem tudo que parece é, por isso devemos ser cautelosos ao julgar as situações.
Se uma pessoa é antirreligiosa, não significa que seja uma pessoa má, ou mesmo que não acredite em Deus. Assim, como não só o que é complexo, pode ser super-interessante, algumas coisas possuem magnitude na sua simplicidade. E o que desperta beleza para uns, pode representar feiura para outros. Portanto, nem toda ideia que nos parece coerente, é vista sob a mesma ótica por outras pessoas.
É válido sempre lembrar que o modo como os outros veem a realidade está ligado às experiências e aprendizagens de cada um. Ou seja, tudo parte da maneira como as pessoas leem o mundo.
Elis Veloso

Tarde de segunda-feira

Numa tarde de segunda-feira, ao término de mais uma aula de produção de texto, a professora teve uma ótima ideia para que nós, alunos, pudéssemos assimilar as novidades acerca da nova regra ortográfica da Língua Portuguesa, assunto trabalhado em sala, desde o início do curso.
O exercício de fixação era para ser feito em casa. Tínhamos que produzir um pequeno texto contendo pelo menos cinco palavras que haviam sofrido alterações com a nova regra. Inicialmente achei que seria fácil; mas, ao me deparar com as mudanças, fiquei horas tentando encontrar as cinco palavras que poderiam ter coerência dentro de um único parágrafo, pois queria escrever algo sucinto, objetivo, sintético. Pensei, repensei, rabisquei algumas frases, mas tive que assumir: preguiça pura! Parei e fiz uma autoavaliação da minha pseudo-objetividade e, num ato heroico de tentar conseguir alguns 'pontinhos' com a atividade extrassala, resolvi narrar a dificuldade que tive com o 'sumiço' do acento agudo nos ditongos abertos das palavras paroxítonas (exs.: plateia, alcateia); com a utilização ou não do hífen, de acordo com os prefixos e as iniciais dos segundos elementos de determinadas palavras (exs.: autoestima, anti-inflamatório); com o acento circunflexo que 'caiu' das palavras terminadas em 'oo' (exs: voo, enjoo); com a dupla grafia para diferenciação de algumas palavras (ex.: amámos, em vez de amamos); o 'desaparecimento' do acento diferencial em outras (exs.: pelo – substantivo e pelo – preposição); e com a 'queda' do trema ( ¨), que eu já não utilizava mesmo.
Enfim, espero que a professora, que é uma joia de pessoa, averigue no meu desabafo, as benditas cinco palavras que me instigaram e me auxiliaram no entendimento, ainda que superficial, porém significativo, sobre a nova reforma ortográfica.
Ludmilla Otaviana de Sousa e Silva

De Brasília para São Petesburgo


Tudo aconteceu em meados de junho do ano passado. Preocupada com as horas de atividades extracurriculares que deveria cumprir, m pus a pensar em algo que eu pudesse fazer, algum evento do qual eu pudesse participar. Então, tive uma ideia: acessei a página do Centro Cultural Banco do Brasil, de Brasília, e conferi a programação. Descobri que aconteceria nos próximos dias uma exposição chamada “Virada Russa”. O título muito me interessou. Tratava-se de uma exposição de quadros de superpintores, hiperfamosos, todos Russos: Kandisnski, Maliévitch, Chagal. No total, 123 obras que pertenciam ao Museu Estadual de São Petesburgo.
Logo, levei a ideia para os meus colegas de sala da faculdade e, depois de realizada uma assembleia, a turma toda decidiu se organizar e visitar a exposição. Sabíamos que não seria fácil conseguir o ônibus da Faculdade, porque o diretor era um enjoo, mas isto não nos desanimou.
Fizemos uma lista com os nomes dos alunos interessados e com muita tranquilidade fomos falar com o diretor. Entramos em sua sala e relatamos a situação (eu e outras duas colegas, superanimadas). Depois de ouvir-nos, ele, com um olhar repressor nos disse “NÃO”.
Que feiura! Um professor de Artes, impedindo seus alunos de irem a uma exposição! Teríamos que ter uma ideia fenomenal e uma atitude heroica para conseguirmos conhecer os quadros russos.
Resolvemos, então, em troca do micro-ônibus, fazer uma apresentação depois da exposição, no miniauditório da Faculdade, sobre o que veríamos em Brasília. A ideia agradou não só ao diretor como à turma toda, e, mais do que uma simples apresentação, organizamos, na faculdade, a “Semana da Arte Russa”. Enfeitamos todo o prédio com pôsteres informativos, imagens, nos fantasiamos, exibimos música nos intervalos das aulas, fizemos saraus em que eram declamadas as poesias dos escritores russos tais como Maiakóvski e Anna Akhmátova.
Enfim, a ideia inicial rendeu mais frutos do que o esperado! A arte mais uma vez nos surpreendeu!
Bruna Junqueira Ribeiro (FAV-UFG)