domingo, 23 de outubro de 2011

EVASÃO OU DESMOTIVAÇÃO?

Confiar em um futuro melhor
Essa é a questão
Devemos ser asa
Solução ou imaginação?

Mas, e nossos alunos
O que são?
São conchas... Estão engaiolados...
Ou falta aspiração?

A educação está aí
Avançamos, com certeza
Estamos progredindo,
Porém falta ‘grandeza’.

O sistema empurra para a escola
A escola para os pais que
Empurram para os professores
Nesse ínterim, falta paz.

São muitos os problemas:
Reprovação, distorção, evasão
Para acabar com esses ‘ão’
Temos que ter dedicação
Que começa com motivação
E que se chama ‘valorização’.


(Profa. Ana Cleide Sales-Set/2003)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Nova crônica sobre a reforma ortográfica

O trema caiu.

O que será agora da linguística sem seus pontinhos (¨)?

O K, o W e o Y, que por tanto tempo eram usados sem autorização, agora foram

oficialmente legalizados.

O hífem, coitado, mudaram de lugar em várias instâncias, sem ser consultado.

O acento diferencial, não diferenciara quase mais ninguém.

Outros acentos também sofreram uma espécie de repressão.

O agudo (´),  coitadinho, nunca mais poderá subir na jiboia, nem fazer uma

assembleia, sem antes surgir uma nova ideia.

O circunflexo (^) não pode mais dar o plural aos verbos crer, dar, ler e ver.

Então, das demais mudanças, credo nem eu mais sei o que dizer!

Milena Fernandes Teixeira - FL/UFG

Brasil

Brasil, terra de verdes mares, céu azul anil e florestas fantásticas...

Brasil, meu país de maravilhas, cheio de cores e magia...

Brasil, de um povo batalhador, e que busca por amor...

Brasil, terra de sonhos de criança com sorriso de esperança...

Brasil, retrato que pinta o pintor...

Brasil, poesia que inspira os poetas...

Brasil, lugar que faz o cantador cantar suas histórias em festas...

Brasil, de gente brava e forte, que também conta com a sorte para encontrar um norte,

na imensidão de sua grande extensão...

Milena Fernandes Teixeira - FL/UFG

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Noites Frias: um diálogo com Drummond

Meu pai vestia o macacão, ia trabalhar Minha mãe ficava no terreiro a acenar
O cão sarnento a calda balançava
Mais uma noite fria, a solidão batia
Mamãe ia até a casa da vizinha
Gastava saliva enquanto o sono chegava.

No dia seguinte bem cedinho
Com a voz rouca chegava papai
Gelado daquela noite de inverno
Nas mãos o pão quentinho
Coava café e o leite fervia
E assim prosseguia o dia.

A rainha da casa despertava
Enquanto o rei dormia
Psiu... silêncio...
Na cama adormecia
O mestre das noites frias.

A hora do almoço chegava
Carne seca escondidinha.

O crepúsculo na serra surgia
Noite escura, para o trabalho, papai seguia.

Elisete Nascimento Santos
HC/UFG

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tristeza do Hífen

             O Trema lamentou sua extinção, pensando que o tal acordo feito entre os países de Língua Portuguesa fosse uma tramoia. Ele, no entanto, é que é feliz! Reclama de barriga cheia por ter sido extinto das palavras portuguesas. Quase não era lembrado... Não entendo sua tristeza! Deveria estar tranquilo. Nunca foi super-homem como eu que aguento tudo! Como sinto inveja dele! Ah, como eu gostaria de ser devastado, “tsunamiado” da Língua Portuguesa! Estou paranoico, contrariado, me sinto um joão-ninguém. Se fizessem um abaixo-assinado, um anteprojeto, defendendo a minha extinção, haveria milhares de adeptos. Sinceramente, estou depressivo, melancólico, pois com ou sem minha presença o sentido das palavras não muda. Então, para que sirvo se a minha presença não faz diferença? Que feiura desses países que assinaram o acordo! Fiquei até com cefaleia. Nem o meu bem-sucedido Brasil, nem Angola, nem São Tomé tiveram a ideia de me eliminar. Meus usuários agradeceriam. Eu poderia, pelo menos, ser ouvido, ser respeitado, pois dos 0,3% das alterações do acordo, ocupo o primeiro lugar. Alguns mandachuva como girassol e passatempo foram solidários ao meu sofrimento e me eliminaram de seus planos. Assim, não os acompanho mais. Sem conhecerem a minha real vontade, alguns ponderaram o seguinte: “Já eliminamos o trema, não podemos eliminar o hífen, pois representa a maioria das modificações feitas.” De certo, pensaram estar contribuindo com minha autoestima. Engano! Foi tudo diferente daquilo que desejava... Tenho, agora, que dizer: Cheguei – para os mal-humorados; Tô na área – para os recém-casados; Agora vocês vão ter que me engolir – para os sem-teto. Por que não fui extinto?! Fico, agora, em zigue-zague, num corre-corre, num tira-põe, feito uma “Maria vai com as outras”, dando trabalho pra todos. Mas agora, para! Chega de paranoia, pois ainda me resta, um consolo: vou me preparar para o próximo acordo! Quiçá, meu anti-herói, Portugal, abrace meu voo e desta vez me dê seu apoio com braços fortes.

Suely Regina Corsino do Carmo
Centro de Seleção/Universidade Federal de Goiás


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Curto circuito: um diálogo com Ricardo Ramos

O coração disparou! Era o celular com seu despertador irritante, chamando para mais um dia de trabalho. Corri para o banheiro, já que o tempo era curto. Queria sempre dormir um pouco mais. Parece que o dia tem mil horas a mais que a noite! Fiz a higiene íntima, vesti-me apressadamente. Tanta coisa, ainda abotoaduras e paletó. Pronto! Hora do café. Momento de reparar em apenas uma xícara sobre a mesa, mas a falta de tempo beneficia: sem sentimentalismos! Um cigarro pra relaxar.

A agência não funcionaria sem minha presença, afinal os clientes querem tratar diretamente com o publicitário. Saí apressadamente. No trânsito, mais um cigarro para aguentar a morosidade, já que a cabeça vai a mil.

Tantos contratos para cumprir. Tanto trabalho para finalizar e ainda encontrar horário para captação de novos clientes. Quanta exigência! Nenhum tempo para o lazer. E o telefone, mais uma vez, me tirou das reflexões inoportunas...

Retorno para casa. Mais um dia sem tirar a poeira dos quadros. Após um cochilo frente à TV, fui pra cama. Peguei o celular. Chequei o despertador.

Célia A. Ribeiro Rodrigues-EA/UFG

domingo, 12 de junho de 2011

Percurso Fechado (paráfrase da crônica Circuito Fechado de Ricardo Ramos)

Olhos abertos. Aquele despertador mais uma vez me tirou do mundo dos sonhos. Onde estão meus chinelos? Acho que merecia dormir por mais meia hora. Meu reflexo no espelho não me agrada, água fria, lavo meu rosto e percebo uma barba enorme.

Tomo um banho na tentativa de conseguir ânimo para o dia que se inicia. O mesmo terno, a mesma camisa, o mesmo sapato, o mesmo café me aguarda na mesa.

Corro os olhos na sala, os quadros ainda estão ali, pego minha pasta e as chaves do carro.

Os inúmeros papéis em cima da minha mesa acenam para mim, o telefone grita e os meus cigarros são os únicos parceiros que recebem minha real atenção.

Alguns telefonemas são atendidos, alguns compromissos adiados, reuniões sem fim e sempre uma pausa para os meus cigarros.

Paletó nas costas, chaves do carro, trânsito pesado, som ligado.

Um olhar pelos quadros, mas a poltrona macia da sala me convida para a leitura de um bom livro. Tomo um banho. O jantar me espera. A TV me diverte, enquanto meus olhos começam a se fechar.

Katariny Labore Barbosa da Luz
Técnica em Assuntos Educacionais
Departamento de Desenvolvimento em Recursos Humanos-UFG