sexta-feira, 7 de maio de 2010

Hospital pobre ou pobre hospital

O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás sempre teve problemas, falta de verbas para comprar remédios, desde simples anti-inflamatórios e anti-ictérico aos remédios para doenças autoimunes. Falta de substituição de funcionários que aposentaram ou morreram, até condições de trabalho subumano.

Sim, o Hospital teve e tem muitos problemas, mas também tem muitas soluções e riquezas. Na realidade, o Hospital tem cerca de três mil soluções: os seus funcionários. Funcionários concursados federais, estaduais e municipais. Funcionários da FUNDAHC, das firmas terceirizadas, alunos, voluntários, estagiários, professores e outros. Tendo vínculo oficial ou extraoficial, não importa. O importante é a dedicação e amor ao serviço do Hospital, às pessoas carentes ou não. Não importa se o paciente é analfabeto, semianalfabeto ou letrado; se é pobre, rico ou milionário. Só importa a saúde do paciente.

Na condição de hospital escola, os alunos têm atividades escolares e extraescolares em seu recinto, muitos retornam como residentes ou professores.

Às vezes, nossa autoestima fica baixa; outras, alta, todavia fazemos o nosso melhor. Realmente somos ricos por causa das pessoas que aqui trabalham.

Por isso, devo dizer que ficamos mais pobres. Faleceu na sexta-feira passada, um funcionário símbolo Ediberto “Carneirinho”, o mais antigo servidor do Hospital cerca de quarenta anos de serviços no protocolo do Hospital. A você, Carneirinho, as nossas preces para que, junto ao nosso Senhor, esteja colhendo o suprassumo de todo o seu trabalho.

Ficamos mais pobres com sua falta; porém, sempre seremos ricos com suas lembranças. Fique com Deus, Ediberto!

Luiz Lacerda Santos Júnior - Hospital das Clínicas/UFG

5 comentários:

  1. É legal constar que deixamos uma herança rica em nosso ambiente de trabalho: os amigos e os admiradores. Que Deus nos conforte pois ficamos mais tristes com mais essa perda. Parabéns pela homenagem.

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  2. Gostei, agora estou entendo um pouco disso!

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  3. Luiz,

    O seu texto, além de bem escrito, é informativo e reflexivo. Para mim, a reflexão feita por vôcê tem uma importância muito grande. Primeiro, por eu ter vindo da minha Correntina-BA, em 1979, para fazer tratamento no HC (portanto, comecei lá como paciente). Sugundo, porque foi no HC que comecei a minha vida laboral em Goiânia; primeiro, como Faxineiro; depois, como Porteiro; em seguida, como Datilógrafo; e, por fim, como Assistente em Adminstração, cargo que exerço até na UFG - nos dois primeiros eu trabalhava por uma empresa terceirizada e os dois últimos, já como servidor do quadro efetivo. O Terceiro e mais importante aspecto abordado por você no texto é o HUMANO. Este me traz tristezas (pelas perdas de amigos - como Carneirinho, que estava sempre "de bem com a vida", sempre sorridente, sempre disposto a ajudar; mas, por outro lado, as alegrias do convívio com inúmors Amigos que tive e tenho no Hospital das Clínicas, suprem os momentos tristes - os colegas de trabalho (e até os pecientes) do HC eram a minha verdadeira família em Goiânia.

    Obrigado por esta viagem nas entranhas do tempo!

    Geraldo Pereira

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