quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MANIFESTO EDUCACIONAL

Começaram com a extinção dos projetos nas escolas, depois com a extinção da função de dinamizador de laboratórios (informática e ciências); em seguida, eliminaram a função de bibliotecário. Isto é, abortaram o acesso à pesquisa, à ciência, à leitura, à escritura; contrariando, desse modo, todos os princípios que regem o sistema educacional e deixando nosso alunado à margem da sociedade, visto que o objetivo desses projetos era transformar o ambiente escolar em um espaço comunitário, assegurando ao discente as condições básicas para o exercício pleno da cidadania, da cultura da paz e a sua permanência nos estudos. Neste caso, esqueceram de promover a valorização do bem público e o protagonismo do jovem. Nós, servidores da Educação em Goiás, estamos passando por um processo histórico, uma vez que todas as conquistas adquiridas ao longo de muitos anos – a exemplo de nosso plano de carreira, que prevê a gratificação por titularidade – foram simplesmente anuladas; destruindo, assim, a carreira do professor e do funcionário administrativo, incluindo os aposentados que recebiam, conforme o plano de carreira. Tudo isso está acontecendo porque temos como Secretário de Educação um economista que preconiza: “Lugar de professor é na sala de aula” e, que se diga, de passagem: “Sem valorização profissional, trabalhando com falta de dignidade”. Diante desse quadro vil, pergunta-se: "Por que todos querem economizar na Secretaria de Educação? Por que não tentam (pelo menos) economizar em outros órgãos?". Como é sabido por toda sociedade, certas secretarias merecem, de forma premente, um secretário economista. Melhor dizendo: “Lugar de economista é na Secretaria da Fazenda”.     
Na faculdade, aprendemos que, para lutar por uma educação de qualidade, deve-se por em prática os quatros pilares da Educação, segundo a UNESCO – Órgão da Organização das Nações Unidas/ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura: i) aprender a conhecer; ii) aprender a fazer; iii) aprender a conviver; e iv) aprender a ser. Há um adágio persa que diz: “Calar-se quando é preciso falar é sinal de fraqueza”. E é por isso mesmo que nos resta expor/falar sobre as nossas inquietações, pois essa fraqueza não nos atinge. Como vamos praticar esses pilares educacionais diante de tantos desmandos e atos reacionários do governo de Goiás? Como continuar com a função de transmissor de conhecimentos, de mediador do processo de ensino-aprendizagem sem valorização profissional? Como melhorar a qualidade da Educação, se o Estado não cumpre com o seu papel?  Como aprender a conhecer, ou seja, aprender a aprender, exercitando os processos e habilidades cognitivas? Como aprender a fazer, envolvendo o âmbito das diferentes experiências sociais e de trabalho? Como aprender a conviver, direcionando a descoberta progressiva do outro e participando em projetos comuns? Como aprender a ser, contribuindo para o desenvolvimento total da pessoa, ensinando a elaborar pensamentos autônomos e críticos? 
Senhor Governador Marconi Perillo, Senhor Secretário Thiago Peixoto, será que vocês não percebem a maldade que estão fazendo com o trabalhador da Educação da rede estadual de ensino de Goiás? E não se esqueça, Senhor Governador, que o professor é um formador de opinião e tem poder de persuasão! Só o senhor não nota que o seu Secretário de Educação está querendo lhe “queimar” perante a sociedade (se já não lhe queimou). O que nós, professores, queremos é o respeito ao nosso plano de carreira, a volta das nossas conquistas árduas. Isso é Ética (princípio básico em defesa da vida). Ética é colocar-se no lugar do outro. Excelentíssimos Senhores, coloquem-se em nosso lugar e sintam o que é perder os direitos adquiridos e sofridos. E lembrem-se: “Na vida, não vale o que temos, nem o que sabemos, nem o que fazemos; vale o que somos”. E os Senhores Marconi Perillo e Thiago Peixoto, são, nesse momento extremo, os adversários da Educação Pública em Goiás.   
PS: não foi revelada a autoria do texto, para evitar represálias.

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